endereçoAv. Brasil, 694 - Centro Faxinal - Pr
telefone(43) 3461-8000
Acessibilidade acessibilidade

despesas diárias

Economia nos pequenos gastos

Terça-feira, 17 de julho de 2012

Última Modificação: //


Ouvir matéria

Somadas, compras rotineiras e miúdas podem comprometer até 30% da renda mensal. Desafio é anotar tudo

Você já fez as contas de quanto gasta diariamente com pequenos caprichos? Um pão de queijo; um cafezinho; um chocolate; uma barra de cereal; ou um refrigerante para acompanhar o almoço? Embora eles pareçam gastos insignificantes, devido ao preço baixo, são verdadeiras tentações que podem comprometer até 30% do orçamento mensal quando somadas. Em boa parte dos casos, o dinheiro consumido por esses pequenos prazeres diários ou semanais é justamente aquele que falta na hora de fazer um investimento visando ao futuro.

Um cafezinho expresso, por exemplo, custa, em média, R$ 3. Quem está habituado a beber uma xícara todos os dias vai desembolsar R$ 60 em um mês, levando em conta 20 dias úteis. Ao final de um ano de aplicação na poupança, com um rendimento de 0,5% ao mês, os R$ 60 vão se transformar em R$ 803,83. “Em dez anos, considerando as piores condições de rendimento, um investidor disciplinado terá R$ 9.941,92”, afirma Emerson Rici, presidente do Instituto Meus Tostões de Educação Financeira (Imtef). O valor aumenta bastante se contabilizarmos também aquela pizza semanal com a família ou, no caso das mulheres, os desembolsos com manicure.

 

O grande desafio, segundo Rici, é pensar a longo prazo e disciplinar o cérebro para evitar o impulso de comprar. A tarefa é mais difícil para quem nunca experimentou o controle das contas e o planejamento financeiro. “As estimativas mostram que, de cada 10 pessoas que têm acesso às orientações sobre planejamento familiar, apenas três conseguem se disciplinar e seguir adiante”. Ainda assim, são necessários entre seis meses e um ano para conhecer e começar a equilibrar os gastos e os ganhos. Se houver grandes despesas, como financiamentos ou empréstimos, esse tempo pode se prolongar ainda mais.

É muito comum não darmos a devida importância aos pequenos gastos do dia a dia. “Se comparados às despesas de maior volume, como alimentação, compras parceladas ou o financiamentos da casa e do carro, esses gastos parecem insignificantes e acabam ficando fora da nossa lista de despesas”, afirma. A questão não é eliminar completamente esses pequenos prazeres, mas incluí-los na lista de despesas, e reservar uma quantia semanal ou mensal a fim de custeá-los. Para isso, o primeiro passo é desenvolver o hábito de anotar tudo o que é consumido ao longo do dia ou da semana.

Evitar dinheiro na carteira também não ajuda a fugir do impulso de comprar se não houver disciplina, alerta o especialista em Finanças Pessoais. A esteticista Liz Cristine Pinheiros, de 22 anos, sabe muito bem disso. Chocólatra assumida, ela confessa que o doce já se tornou um hábito diário e, mesmo sem dinheiro na carteira, sempre dá um jeito de satisfazer o desejo. Liz trabalha ao lado de uma loja de chocolates e, por conhecer o proprietário, consegue comprar fiado. “Além do prazer de comer o chocolate, acho que ele me anima”, diz. Liz gasta, em média, R$ 2 por dia com chocolate, mas isso quando consegue comprar apenas um por dia. “Dá um peso na consciência, mas se me der vontade não penso duas vezes”. Se ela conseguisse economizar esses R$ 2 diários por 10 anos e aplicasse a soma mensal de R$ 40 na poupança, teria cerca de R$ 6.627.95 para gastar ou poderia continuar investindo e guardar R$ 40.421,50 em 30 anos.

Disciplina ajuda a encher o cofre
Não raro, o orçamento apertado serve de desculpa para a falta de investimentos pessoais. Mas o londrinense Wilson Komarchesqui, de 54 anos, é a prova de que, em boa parte dos casos, esse argumento não se sustenta. Há 15 anos ele largou o cigarro, vício que o acompanhava desde a adolescência, e decidiu guardar o dinheiro que gastava fumando. Comprou um cofrinho e, desde então, deposita o valor corrigido: R$ 120 por mês ou R$ 4 por dia.

Como já faz outros investimentos, ele optou por guardar o dinheiro em casa mesmo, para usar conforme as necessidades. E, em várias ocasiões, a família recorreu ao cofrinho. “Quando minha filha viajou para Natal, paguei a viagem de R$ 2 mil à vista, sem parcelamento nem juros”, conta. Ele já havia custeado outras viagens usando as economias do cigarro.

Komarchesqui confessa que não faz ideia de quanto dinheiro conseguiu economizar nem de quanto sobrou no cofrinho, depois de um “desfalque” de R$ 6.500 nos últimos três meses. “Esse dinheiro já nos salvou também na hora de pagar IPTU e IPVA, quando a gente volta de férias praticamente sem reservas”, relata o londrinense, que comemora ainda os ganhos em saúde e qualidade de vida com o abandono do tabaco.

Se ao invés de guardar em casa ele resolvesse aplicar os R$ 120 na poupança, com rendimento de 0,5% ao mês, em um ano teria acumulado R$ 1.607,67. O valor passaria para R$ 19.883,85 em 10 anos e R$ 121.264,51 em 30 anos. “Muita gente diz que trabalhou a vida inteira e não conseguiu comprar nada. Abrindo mão de pequenos gastos, é possível fazer um bom pé de meia”, atesta Rici.


 

Fonte: gazeta

 Veja Também