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Número de passageiros do transporte a&eacut

Quinta-feira, 21 de maio de 2015

Última Modificação: 05/11/2018 13:25:36


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Número de passageiros do transporte aéreo no Paraná vai dobrar em 15 anos, mas não se sabe com precisão a partir de quais cidades essa necessidade surgirá

A demanda por voos no Paraná deve dobrar em até 15 anos, prevê o governo do estado em documento que analisa o sistema aeroportuário paranaense. A estimativa mostra que o número de passageiros transportados hoje, em torno de 12 milhões, deve chegar a cerca de 23 milhões em 2030. A dúvida é a partir de que localidades a demanda deverá ser mais intensa para justificar os investimentos que serão feitos pelo Programa de Desenvolvimento da Aviação Regional do governo federal.

Veja a situação dos aeroportos paranaenses contemplados pelo plano

O plano se baseia prioritariamente no critério de colocar 96% da população brasileira a pelo menos 100 quilômetros de um aeroporto. No Paraná, ele prevê a construção ou ampliação de 14 terminais no interior, mas é criticado por especialistas por relativizar a demanda por transporte aéreo nas regiões onde planeja instalar aeroportos.

Wilson Rocha Gomes, professor da Academia de Ciências Aeronáuticas do Centro Tecnológico Positivo, destaca que apenas parte das cidades paranaenses que aparecem no plano têm capacidade para receber terminais maiores. “Podemos afirmar que a demanda por tráfego aéreo no Paraná está mais presente nos principais polos econômicos: Curitiba e região metropolitana, Londrina e Maringá. E no seu principal polo turístico, que é Foz”, diz.

Para o professor, cidades como Bandeirantes, Pato Branco, Telêmaco Borba, Campo Mourão e Francisco Beltrão possuem baixo atrativo econômico, que, aliado a uma densidade populacional abaixo de 100 mil habitantes, não exerce demanda sobre o tráfego aéreo. Enquanto Cascavel e Ponta Grossa, por terem mais representatividade na economia do estado, podem atuar como indutoras do transporte aéreo sustentável.

“É evidente que um país de dimensões continentais como o Brasil necessita de investimentos de infraestrutura para fazer crescer a indústria e melhorar a vida das pessoas. No entanto, a solução adotada para o desenvolvimento da aviação regional não traz sustentabilidade econômica ao sistema criado, ou seja, é natimorta”, critica.

Não sustentável

Mauro Martins, professor da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da Universidade Tuiuti do Paraná, concorda que parte dos aeroportos previstos para o Paraná pode não ser sustentável a médio prazo. “Eu acho que nem todas as regiões sustentariam um aeroporto. Além disso, deve-se levar em consideração a administração do terminal, que tem um custo alto de operação”, afirma.

Ele enxerga, porém, necessidade na construção de um aeroporto no Sudoeste do estado. “Lá eles estão muito distantes dos outros aeroportos e isso desestimula investimentos privados na região, que tem potencial”, diz. Francisco Beltrão e Pato Branco disputam a instalação do terminal que receberá aportes do governo federal. A distância entre as duas cidades é de 55 quilômetros. O mesmo acontece com Toledo e Cascavel, no Oeste, com distância ainda menor, de 45 quilômetros.

Plano tem incoerências e demandas superestimadas, conclui TCU

Talita Boros Voitch

Em dezembro, o Tribunal de Contas da União (TCU) concluiu um relatório que avaliou o processo de escolha das 270 cidades brasileiras contempladas no plano de aviação regional. A auditoria verificou que o processo de seleção das localidades beneficiadas pelo programa não foi precedido de fundamentação técnica consistente.

“A Secretaria da Aviação Civil (SAC) utilizou critérios que contêm incoerências e, entre outras limitações, não avaliou a área de influência de cada aeroporto. Exemplo disso foi a inclusão de 132 pares de aeroportos que concorrem por uma mesma demanda em 150 localidades a menos de 100 quilômetros de distância entre si, sem fundamentação para essas escolhas”, diz o relatório.

Justificativa

A SAC justificou ao TCU que as cidades contempladas na primeira fase do plano são aquelas em que há apenas intenção preliminar de se investir. A secretaria afirmou que a efetivação dos investimentos só se confirmará após a conclusão dos estudos de viabilidade e a avaliação da relação de seu custo/benefício social.

“Limitações”

O tribunal também avaliou os estudos de demanda para dimensionar os investimentos em cada aeroporto. A auditoria concluiu que os estudos apresentam “limitações, como demandas superestimadas, que comprometem a confiabilidade das projeções, o que também pode resultar em aeroportos superdimensionados.”

Segundo o TCU, a secretaria não considerou, num primeiro momento, topologia de rede, área de influência dos aeroportos, proximidade com aeroportos maiores e grau de acessibilidade do município.

Fonte: gazeta

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