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Instituto de Florestas do Paran? vai vender 41% de suas ?reas rurais

Sexta-feira, 16 de maio de 2014

Última Modificação: 05/11/2018 13:51:17


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As 17 unidades voltadas à produção de madeira, que juntas somam 44 mil hectares, custam ao governo estadual até R$ 13 milhões ao ano

O Instituto de Florestas do Paraná, antiga Ambiental Paraná Florestas S.A., anunciou que vai vender sete das suas 17 áreas rurais. Ao todo, as unidades postas à venda totalizam 12,8 mil hectares, localizados em Castro, Doutor Ulysses, Cerro Azul e Ponta Grossa. Juntas, essas áreas, que representam 41% das terras pertencentes ao instituto, devem render aos cofres públicos pouco mais de R$ 105 milhões. A negociação ocorre no dia 26 de maio, na sede do órgão, em Curitiba, às 14 h, por meio de uma concorrência pública de maior lance ou oferta.

Oficialmente, a justificativa do governo estadual para autorizar o leilão é economizar para impulsionar outras áreas da economia do estado, conforme atesta o secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara. “Queremos deixar o setor privado tocar a produção de madeira, que já representa 7% do valor bruto da produção agrícola do Paraná, por dois motivos. As áreas rurais têm um custo operacional muito alto e o governo deseja aplicar o dinheiro gasto nessas unidades em outros setores da economia, como, por exemplo, o agronegócio”, explica.

Por ano, o governo estadual desembolsa R$ 13 milhões para manter as 17 áreas do instituto, que é vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. Segundo Benno Henrique Weigert Doetzer, diretor-adjunto do Instituto de Florestas do Paraná, o governo também não consegue investir para aumentar a produção de madeira e tornar positivo o saldo da negociação. “Apenas 60% da área disponível para reflorestamento foi devidamente utilizada. Por isso não conseguimos gerar uma receita de R$ 15 milhões, como esperado para a área”, reconhece.

Proteção

Uma das preocupações dos especialistas da área, como o engenheiro florestal Maurício Balensiefer, professor da UFPR, é a possibilidade de desmatamento de florestas nativas que estão dentro das unidades postas para negociação. “Os lotes à venda estão em áreas como Castro, Ponta Grossa e Cerro Azul, que têm uma vocação natural para o plantio de árvores. A topografia é bastante acidentada e impossibilita outras atividades econômicas”, diz Balensiefer.

Porém, a probabilidade de desmatar vegetações nativas é pequena. As sete unidades anunciadas para compra já detêm Áreas de Preservação Permanente (APPs), destinadas a proteger os recursos hídricos, a paisagem e a biodiversidade, e reservas legais, para assegurar o uso sustentável dos recursos naturais, em estágio médio ou avançado de regeneração.

Para Solano Martins, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Florestas, o que salta aos olhos no edital da entidade paranaense é o preço inicial sugerido para as propriedades, que está baixo, segundo ele. “Em média, um hectare nessas regiões varia de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Mas está se cobrando cerca de R$ 8 mil nessa negociação”, diz Martins. Para ele, o preço reduzido pode refletir uma vontade bastante grande do governo estadual de se desfazer das áreas rurais.

 

 

Fonte: gazeta

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